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É tempo de renovar

Chegamos ao final de mais um ciclo em nossas vidas, o ano de 2016 foi um ano muito intenso e de muitas mudanças. Para muitos de nós pode ter sido um ano bom, mas para a maior parte dos brasileiros foi um ano difícil; mas afinal o que podemos tirar de lição deste ano que se finda? 2016 foi um ano de provação para nossas instituições democráticas, as quais se viram às voltas com escândalos e mais escândalos de corrupção, uma grande tensão foi criada entre os Poderes da República, e a Democracia foi colocada constantemente à prova. Sobrevivemos. Diz o ditado que depois da tempestade vem a bonança! Será? Será que a tempestade já passou? Certamente muito ainda está por acontecer, mas a cada novo desafio superado, mais fortes e resistentes nos tornamos.

Os valores e liberdades individuais, conquistados tão duramente pelas gerações que nos antecederam, devem ser, por nós, defendidos de forma intransigente, pois, simplesmente abrir mão das conquistas, não fará a travessia ser mais fácil, muito pelo contrário, poderá representar um retrocesso inadmissível, marcando nossa geração como aquela que não soube preservar suas liberdades, tão duramente conquistadas.

A indignação e a revolta não devem nos esmorecer e permitir que a intolerância prevaleça, quase como um protesto irresponsável. Nossa indignação deve nos impulsionar ao resgate dos valores democráticos e de fraternidade.

Vejo com muita esperança o momento que estamos vivendo, muitos são os gestos de solidariedade e de envolvimento, a alienação não é mais uma opção, todos são chamados a participar.

Neste contexto a advocacia desempenha papel fundamental, ao renovar e difundir sua crença nas instituições jurídicas, e isso não significa comungar de suas imperfeições, mas de tornar-se co-responsável por sua depuração, com a consciência de que fora das regras, estar-se-á abrindo espaço para o arbítrio e para o abuso, quadro de difícil reversão.

Em suma, que neste momento de balanço, possamos renovar nosso compromisso em contribuir com o aperfeiçoamento das instituições, com a defesa dos direitos humanos, com a defesa do estado democrático de direito e com as liberdades de todos, irrestritamente.

Não existe uma fórmula simplificada ou uma solução mágica, o caminho é o enfrentamento diário dos problemas, respeitando-se os direitos e garantias individuais, pois não haverá justiça com a violação dos mais comezinhos direitos.

Não poderia, neste momento, deixar de agradecer a todos que durante este ano contribuiriam para fazer da OAB mais atuante, e desejar que em 2017 continuemos juntos e dispostos a construir uma nova realidade para a sociedade e para a advocacia.

 

Alexandre de Sá Domingues