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Com os nervos à flor da pele

Na reta final da campanha eleitoral ânimos se exaltam e conflitos se instalam, Porém é preciso buscar o equilíbrio e a convivência pacífica. Certamente, a maioria dos candidatos, quer o melhor para Guarulhos e para sua população, mas na disputa pelo voto acabam por passar do limite. Os debates devem girar em torno dos projetos e da busca de soluções para os desafios que uma grande cidade apresenta. Se a disputa for, na base de quem tem mais poder e força, perderemos uma grande oportunidade de construir uma nova realidade.

É inegável que toda disputa é acalorada e movida por paixões, porém a democracia impõe o convívio das diferenças de pensamento e de ideologia, submeter ao outro sua opinião não é uma atitude sensata, é retroceder no tempo, e voltar á época do coronelismo* nos moldes retratados pelas novelas;  a convivência democrática permite que os diferentes também tenham voz, independente de quem detém o poder.

Acabamos de encerrar um ciclo olímpico e paraolímpico, e surge a seguinte questão:  qual lição tiraremos de tudo o que aconteceu aqui no nosso país? Será que nesse período aprendemos a respeitar mais as diferenças? Sejam culturais, sexuais, raciais, ideológicas, religiosas, de gênero ou físicas? Ou a tolerância e convivência pacíficas se referem tão somente ao estrangeiro? E a resposta não poderia ser mais clara, óbvio que não, o primeiro exercício de tolerância e convivência deve ser justamente com nosso vizinho, que pensa diferente de nós, e que inclusive, apoia outro candidato.

A eleição deve ser uma festa democrática, uma festa da cidadania. Meu desejo é que nestes dias que restam de campanha, e especialmente no dia da eleição, que possamos adotar uma postura de respeito e tolerância, cientes de que após o pleito eleitoral os candidatos eleitos representarão a todos nós, independentemente de quem era o nosso preferido.

* substantivo masculino – (d1930) pol B prática de cunho político-social, própria do meio rural e das pequenas cidades do interior, que floresceu durante a Primeira República 1889-1930e que configura uma forma de mandonismo em que uma elite, encarnada emblematicamente pelo proprietário rural, controla os meios de produção, detendo o poder econômico, social e político local.