Nesta data em que se comemoram o dia da Justiça e o aniversário de Guarulhos, surge a inevitável dúvida se estamos de parabéns?
A cidade chega ao final de 2016 com dados alarmantes, o município perdeu posições em todos os indicadores sociais e econômicos, aparentemente retrocedendo em conquistas passadas, por outro lado um sopro de esperança brota nas expectativas de uma nova gestão municipal.
A Justiça por sua vez se vê em conflito, pois tem uma estrutura extremamente onerosa para a sociedade brasileira, mas com papel essencial para o Estado de Direito, o acesso a essa Justiça garantido no texto constitucional, encontra óbice na falta de estrutura e na lentidão judicial.
E nesse contexto, o que resta evidente é que o papel indispensável, atribuído à advocacia pelo artigo 133 da Constituição Federal, nunca foi tão verdadeiro e necessário. Num quadro de crise institucional, em que os Poderes da República vivem em conflito, agravado pelo fato da sociedade encontrar-se mobilizada pleiteando reformas e mudanças imediatas, o advogado será o fiel da balança.
Radicalizações e comportamentos extremistas podem parecer a única ou última solução, porém cada advogado é, necessariamente, defensor do Estado de Direito, único instrumento de manutenção das garantias individuais e coletivas de cada cidadão. O Caos não assegura o direito de ninguém, razão pela qual não pode ser a solução para os males sociais.
Vale ressaltar que a contribuição da advocacia não se dá somente no âmbito nacional, mas na esfera de alcance na vigilância incansável de cada advogado, e a Ordem dos Advogados do Brasil, instituição da democracia, com papel institucional relevante, está e estará atenta para que os direitos sejam respeitados, e os compromissos sejam cumpridos pelos novos gestores da cidade, sem contudo se esquecer de suas próprias responsabilidades.
Acredito sim, que tanto Guarulhos, quanto a Justiça, merecem receber os parabéns pelo seu dia, com o desejo de que se fortaleçam e cumpram os seus papeis em favor dos cidadãos.
Me cabe conclamar a cada advogado e advogada para que saia da posição de mero expectador ou coadjuvante, e assuma o papel de protagonista desta mudança, pois através de uma atuação intransigente e ilibada, a advocacia contribuirá para que tanto a cidade, quanto a justiça possibilitem a muita felicidade e muitos anos de vida.