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E o que vem agora?

Cotidianamente ouvimos críticas à classe política de nosso país, mas será que é possível uma sociedade democrática sem política? Entendo que não.

Num Estado Democracia, o cidadão, através do voto, escolhe seus representantes, e é certo que os representantes escolhidos refletirão, em parte, a própria sociedade, porém esse discurso acaba sendo usado para justificar desvios de conduta, e isto certamente é um erro.

Evidentemente toda a sociedade deve atuar em favor dos valores republicanos, porém vemos, muitas vezes, os mesmos cidadãos que criticam a corrupção dos políticos, buscarem vantagens pessoais para apoiarem este ou aquele candidato.

Neste momento em que as eleições municipais já passaram, caberá aos eleitos, no cumprimento de seus mandatos, fazer as difíceis escolhas que o cargo exige, priorizando, dentre as inúmeras demandas existentes, aqueles projetos de maior interesse da sociedade, pois obviamente não haverá recursos suficientes para implantação de todos os projetos ao mesmo tempo.

O bom administrador será justamente aquele que conseguir lidar melhor com a escassez desses recursos, atendendo as expectativas que foram criadas em torno à sua candidatura, sendo que neste momento de transição, terão também um papel preponderante, todos aqueles que de uma forma ou de outra os apoiaram.

O político não poderá atender, com exclusividade, os interesses de um determinado grupo que o elegeu, mas de toda a sociedade que ele representa, e para isso precisará de tempo, mas um compromisso o político deverá atender, sem demora, adotar práticas republicanas, já a partir da escolha de seus assessores.

Independente das prioridades escolhidas, alguns valores são inegociáveis, a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, valores que traduzem o comportamento ético que se espera de toda a classe política.

Alexandre de Sá Domingues